quinta-feira, 28 de março de 2013

Confira as tendências do outono-inverno 2013 da moda Plus Size

Confira as tendências do outono-inverno 2013 da moda Plus Size Diorgenes Pandini/Agencia RBS

Quem disse que manequim 46 não pode usar transparência? Que vestido tubinho é privilégio das magrinhas e roupa estampada tem que ser evitada se você tem cintura larga? O tempo em que as mulheres que estão acima do peso tinham que se contentar com a 'moda grande', dos cortes retos, largos e sem graça ficou longe. A moda agora é se amar e deixar que as roupas reflitam isso.
As mulheres com curvas podem começar a se preparar para as próximas estações do mesmo jeito que todas as outras: à espera de looks em preto e branco, estampas de animal print, inspirações militares e um visual monocromático, com transparências, bordados e couro. A diferença para a moda plus size é que, acima de tudo, há a preocupação com o conforto.
— Seguimos todas as tendências, mas não adianta ter produtos bonitos e não vestir bem. Por exemplo, praticamente todas as nossas criações têm elastano —, afirma a estilista Gabriela Nunes, da grife joinvilense Elegance Plus Size.
A Elegance foi uma das pioneiras no mercado que produz para manequins que vão do 42 ao 56, com a confecção criada há 13 anos — época em que ela praticamente não existia nem mesmo no Brasil. Agora, a produção começa a ser ampliada e as duas palavrinhas estrangeiras deixam de ser um tabu entre as mulheres.
— A gente sente ainda um preconceito entre os lojistas, mas as mulheres estão mais à vontade para se assumirem. Até pouco tempo, elas preferiam um GG na modinha normal do que o P no plus size —, avalia Gabriela.
De qualquer forma, ser privada das tendências que desfilam nas passarelas do mundo todo não deve mais estar na vida de quem não encontra seu tamanho em qualquer loja ou em qualquer marca. Apesar de algumas limitações na criação da moda plus size, que Gabriela enumera principalmente como os cuidados para não expor demais a barriga ou o bumbum, a lista de itens que são livres para estas mulheres são muito maiores do que a maioria dos preconceitos permite enumerar.
— Ela é, afinal, uma releitura das tendências dentro do plus size —, define a estilista.
Entrevista com a Miss Plus Size Santa Catarina

Com 1,68 de altura e 93 quilos, ela passava longe dos padrões ideais (e irreais) que a indústria da moda impõe nas passarelas e fora delas. No entanto, a insistência das amigas que enxergavam nela a mulher bonita que Aline é a levou a procurar a Agência DF Model para oferecer seu trabalho como modelo plus size. Seis meses depois, ela já se prepara para representar o Estado no concurso Miss Brasil Plus Size, que acontece em Brasília entre os dias 28 e 30 de março. A vencedora garante uma vaga no Miss Plus Size Universo 2013.



+ Estilo: Você já conhecia o concurso de Miss Plus Size? 
— Aline Zattar:
 Não, fiquei sabendo sobre ele quando comecei a trabalhar como modelo plus e a pesquisar sobre este mercado. Passei pela pré-seletiva e depois pelo concurso em Santa Catarina, que foi feito por fotos porque não tinha o número mínimo de inscritas para valer o custo de um concurso regional. Concorri com 15 meninas e, no final, me escolheram.
+ Estilo: Como era a sua relação com o seu corpo e o seu peso?
— Aline:
 Sempre fui mais cheinha. Na adolescência, era um empecilho, principalmente no colégio. Sofria com a zoação dos colegas. Nunca deixei de sair para me divertir com minhas amigas, mas em alguns momentos era difícil não me sentir mal. Às vezes, tinha meninos que gostavam de mim, mas não queriam assumir porque os amigos iam ficar falando que ele estava com a 'gordinha'. As pessoas sempre me disseram 'você é tão linda, se fosse magra seria perfeita'. E eu fazia dieta porque outros achavam que eu tinha que ser magra, mas isso me deixava ansiosa e eu comia ainda mais.
+ Estilo: Em algum momento você tentou fazer coisas malucas para emagrecer?
— Aline:
 Passei a adolescência inteira fazendo dietas, tomando remédio. Aos 14 anos, engordei muito e passei três meses em um spa, mas aí já era uma questão de saúde. Perdi 30 quilos naquele período e, desde então, não engordei, mas também não emagreci muito mais do que aquilo. Depois dos 21 anos, comecei a me aceitar, a entender que este é o meu corpo e a pensar em me cuidar pela saúde — a ser uma gordinha, sim, mas uma gordinha saudável.
+ Estilo: O que este trabalho e o concurso fizeram pela sua autoestima? 
— Aline:
 Com as fotos e o trabalho comecei a me gostar mais, a me ver de outro jeito, que tem beleza no meu corpo plus também. Eu até emagreci depois disso e me cuido mais porque tenho que ficar bem nas fotos e tudo isso reflete na minha ansiedade, que agora eu controlo muito mais.
+ Estilo: Como é este trabalho de modelo plus size? Existem regras?
— Aline:
 São as empresas que selecionam o padrão que elas querem. A maioria quer as modelos com manequim 42 e 44, mas o padrão do plus size é 44 e 46. No concurso, eles consideram plus mesmo quem veste a partir do manequim 44. Em São Paulo, tem uma modelo (a Maiara Russi) que usa 52 e é tão linda que todos a querem para as fotos.
+ Estilo: Você já passou por muitas dificuldades para encontrar roupas?
— Aline:
 Sim, a vida inteira. Até pouco tempo, não existiam tantas lojas com moda plus size, então ia comprar em lojas comuns. Eu tinha dificuldades de encontrar calças jeans porque não tenho tanta barriga, mas não passava na coxa e no quadril. Sem falar que, até pouco tempo, a moda grande era feia.
+ Estilo: Hoje você é casada e tem dois filhos. Como vai falar com eles sobre padrões de beleza?
— Aline:
 Converso bastante com a menina, a Maria Eduarda, de seis anos. Ela tem tendência para engordar, mas não é gorda. Eu falo que a gente tem que se cuidar pela saúde, não só pela beleza. E ela escuta e diz: 'Mas mamãe, se for pra ficar que nem você está bom, porque aí eu vou ser linda'. 

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